segunda-feira, 17 de março de 2014
As minhas aulas de "gestão" são o máximo
Era uma vez...
...uma aula de gestão onde todos os meninos fingiam que aprendiam a pedir dinheiro emprestado.
Todos os meninos também fingiam que concordavam com o que a professora dizia embora assim que metiam o pé fora da sala se queixassem que nem uns borregos desmamados.
Felizmente o tecido do universo anda cheio de rugas porque os vários deuses das várias religiões são forretas e preguiçosos e nem compram amaciador para a roupa nem passam aquilo a ferro.
Ora, uma dessas rugas pairava sobre a lusófona e como a aula tinha sido mudada à última hora para as alturas ( aparentemente o "completo psicopata" que achava que a outra sala era dele tinha razão) lá roçou na sala onde os alunos de cinotecnia estavam.
Maravilha!
Normalmente um grupo de 30 pessoas ficaria em pânico ao ver um vortex aparecer no meio da parede do lado esquerdo do espaço onde se encontravam... neste caso o pânico foi substituido por alívio e logo várias pessoas se atiraram para o meio do fenómeno sem pensarem duas vezes.
Não sei se levaram falta ou não mas com toda a certeza o seu grupo foi penalizado na avaliação. Acho até que saltar para um vortex de espaço e tempo ainda deve ser pior do que levar um zero, que é o elemento absorvente de multiplicações imaginárias.
Sejamos realistas... enquanto se é engolido por um fenómeno da física quântica ou de uma sua prima, ninguém se lembra de avaliações.
Lembram-se no entanto de vacas gordas e loucas pois passaram 3 no sentido contrário. Teóricos sugerem que estavam a fugir à volutilidade da peste negra.
O destino do portal ninguém sabe... porque ninguém de lá voltou embora continuasse aberto.
É difícil tentar adivinhar a localização pois dita a lógica que, se a porta continua aberta e ninguém volta, é porque estão num sítio melhor... tendo em conta o sítio de partida as hipóteses são muitas. Apenas se conseguem excluir alguns campos de concentração e uma sala de cinema onde esteja a passar o Punch Drunk Love em loop e estejam a usar como banda sonora a bela da canção "Tira a mão da minha chucha".
domingo, 16 de março de 2014
Oh Cleverbot...
O cleverbot impressiona-se com facilidade:
Mas não admira... pelos vistos é um garoto de 11 anos muito estranho.
Sim. Sim. Eu de vez em quando fico tão aborrecida a tentar fazer coisas que não tenham nada a ver com cães que falo com um programa de computador.
Mas não admira... pelos vistos é um garoto de 11 anos muito estranho.
Sim. Sim. Eu de vez em quando fico tão aborrecida a tentar fazer coisas que não tenham nada a ver com cães que falo com um programa de computador.
sábado, 8 de março de 2014
Dia Internacional da Mulher
Hoje tive uma discussão num café, por muito estranho que
isto possa parecer para quem me conhece é completamente verídico.
Basicamente estava eu calmamente a beber um café e a
desfolhar um jornal como mais de uma semana, quando um senhor mesmo ao meu lado
se lembra de dizer, passo a citar: “isto do dia da mulher não faz sentido
nenhum, se não há um dia do homem também não devia haver um dia da mulher”.
De uma forma muito desinteressada dei a minha opinião que,
tendo em consideração tudo o que a humanidade tem feito às mulheres nas últimas
centenas de anos não era um dia que elas deviam ter, mas sim um ano inteiro.
Mal sabia eu naquilo em que me estava a meter.
Em menos de nada, estava numa argumentação acesa com um
senhor que tinha idade para ser meu pai e o filho dele que devia ter mais um
par de anos que eu. Duas alminhas que compensavam a falta de inteligência que
tinham com a quantidade de machismo que demonstravam.
Para estes dois trogloditas (mal acabei de escrever isto
descobri que pode ser muito ofensivo para os trogloditas) as mulheres nunca
serão iguais aos homens, serão sempre seres inferiores. Os argumentos
utilizados foram uma mulher não conseguir ser tão bom pedreiro como um homem
(uma afirmação discutível) e o facto de nos testes físicos do exército os
critérios de avaliação das mulheres (o exemplo dado foi a distância que têm de
correr em determinado espaço de tempo) serem diferentes daqueles que têm os
homens.
A afirmação: “nunca discutas com um estúpido porque ele
baixa-te ao seu nível e depois ganha-te em experiência” assenta que nem uma
luva nesta situação.
Infelizmente esta ainda é a realidade que vivemos, esta “conversa
de café” mais de 50 anos depois da revolução feminista mostra que apesar de
todos os direitos que as mulheres foram conquistando ao longo dos anos, ainda
vivemos numa sociedade profundamente machista.
Não defendo a paridade em cargos políticos ou nos quadros
das empresas, legislação neste sentido parece-me aumentar ainda mais a
discriminação que tenta combater. As mulheres não precisam de esmolas. Se
acabarmos com a descriminação e dermos às mulheres as mesmas oportunidades que
aos homens, se lhes pagarmos os mesmos ordenados e tivermos em consideração
apenas o seu mérito tenho a certeza que vamos ver muito mais mulheres em cargos
políticos ou a chefiar empresas por esse mundo fora.
Se há lutas que valem a pena batalhar esta é uma delas. Não
me digam para eu ter calma ou ignorar quando alguém diz onde quer que seja, que
uma mulher é menos que um homem.
A indiferença provoca mais sofrimento que as balas,
recuso-me a ser indiferente em relação a este assunto e espero que muito mais
homens partilhem a minha atitude.
A todas as mulheres, feliz dia internacional da mulher.
quarta-feira, 5 de março de 2014
Google Plus... e se fosses dizer coisas dessas à tua tia?
terça-feira, 4 de março de 2014
Mas o que é que tu queres fazer da vida, pá?
Quero ser treinadora de animais de companhia.
Mais especializada em cães.
E certificada, já agora.
E utilizando métodos de treino positivo, sempre!
"Mas o que é isso de treino positivo?" - perguntam vossas excelências com um ar admirado... ou de quem finge admiração porque já sabe mas não me quer estragar o post.
Treino positivo é, de uma forma simples, treino através de reforço positivo e castigo negativo.
"Qué?!" - Perguntam vocês outra vez... vá lá.
Reforço positivo é mais ou menos o mesmo que uma recompensa: o vosso animal faz uma coisa de que vocês gostam e vocês dão-lhe a sua bola preferida para brincar ou fazem um jogo de puxa ou dão-lhe um biscoito.
O que é que o reforço positivo não é: um suborno, um vício ou uma prova de que o vosso cão é interesseiro ( todos somos, deixem-se de coisas).
Castigo negativo é a subtracção de algo que o animal considera bom da sua posse ou arredores: o cão está a roer a carpete, o cão é retirado da sala onde está a carpete e confinado num espaço sem acesso a ela. Dez segundos mais tarde deve ser dado ao cão algo apropriado para ele roer afim de redireccionar a sua vontade de fincar o dente para algo que ele possa mastigar à vontade.
O que é que castigo negativo não é: o cão está a roer um sapato, tira-se-lhe o sapato e dá-se-lhe com ele.
"Então e isso tudo junto treina cães?" - perguntam, voluntariosamente, vocês mais uma vez.
Sim! Treina cães, treina gatos, treina ratazanas, treina cavalos, treina golfinhos, treina girafas, treina hipopótamos...Básicamente se um ser é capaz de aprender por condicionamento operante, pode ser treinado positivamente.
"Ui, qué isso de acondicionamento operante?" - interjeitam os meus adoráveis leitores ( mesmo que à força) novamente.
Querem a explicação comprida ou a curta?
Dou-vos a comprida e no fim faço um "too long, didn't read".
O papá do condicionamento operante foi um senhor chamado Burrhus Frederic Skinner. Apesar do nome, ele de "burros" tinha pouco e após várias experiências (ai o que ele gostava de ratos e pombos) definiu o procedimento através do qual é modelada uma resposta no animal através de reforço diferencial e aproximações sucessivas como sendo condicionamento operante.
Vamos lá a mais uma tentativa: condicionamento operante é o nome dado ao processo de aprendizagem que aumenta ou diminui a probabilidade de um comportamento mediante as suas consequências. Se a consequência for boa, aumenta a probabilidade, se for punitiva, além de diminuir a probabilidade da ocorrência futura, gera outros efeitos colaterais.
"Ói, mas eu ouvi falar de um Pavlov na escola, é o mesmo tipo?" - insistem vocês uma vez mais.
Não. Esse é outro. O Pavlov e o seu cão baboso vêm à baila quando se fala em Condicionamento Clássico.
Antes que perguntem, eu clarifico já: o conceito de Comportamento Operante difere do conceito de Comportamento Clássico, estudado por Pavlov, porque o primeiro ocorre em um determinado contexto, chamado estímulo discriminativo, e gera um estímulo que afecta a probabilidade dele ocorrer novamente; o segundo é directamente afectado por algum estímulo e é uma reacção fisiológica do organismo, como por exemplo tirar a mão da panela quente, fechar os olhos se nos sopram com força para a "menina do olho".
Vamos tentar mais uma vez com este também? No condicionamento clássico um estimulo neutro passa a ser associado a um estimulo com significado quando apresentado imediatamente antes: campaínha, pimba, comida. Assim o estimulo que era neutro passa a ter significado e o cão baba-se todo quando ouve o trrrriiimmm. A diferença é que o cao não teve de fazer nada para obter a comida, não teve de operar sobre o ambiente e o seu comportamento intencional, como foi inexistente, não teve consequência e portanto não aumentou nem diminuiu a sua probabilidade nenhuma de nenhum comportamento intencional do cão.
Vamos ao "too long, didn't read"?
Condicionamento operante é o que acontece quando o cão senta mais vezes porque lhe damos um biscoito quando ele mete o rabo no chão e se deita menos vezes porque esse comportamento não dá direito a biscoito nem a nada que ele valorize.
Ora... porque é que raio é que eu escrevi isto tudo?
Ah sim, era só para dizer que quando for grande quero ser uma treinadora positiva. Isso.
E, em honra à minha professora Sara, vou partilhar também esta pérola:
Mais especializada em cães.
E certificada, já agora.
E utilizando métodos de treino positivo, sempre!
"Mas o que é isso de treino positivo?" - perguntam vossas excelências com um ar admirado... ou de quem finge admiração porque já sabe mas não me quer estragar o post.
Treino positivo é, de uma forma simples, treino através de reforço positivo e castigo negativo.
"Qué?!" - Perguntam vocês outra vez... vá lá.
Reforço positivo é mais ou menos o mesmo que uma recompensa: o vosso animal faz uma coisa de que vocês gostam e vocês dão-lhe a sua bola preferida para brincar ou fazem um jogo de puxa ou dão-lhe um biscoito.
O que é que o reforço positivo não é: um suborno, um vício ou uma prova de que o vosso cão é interesseiro ( todos somos, deixem-se de coisas).
Castigo negativo é a subtracção de algo que o animal considera bom da sua posse ou arredores: o cão está a roer a carpete, o cão é retirado da sala onde está a carpete e confinado num espaço sem acesso a ela. Dez segundos mais tarde deve ser dado ao cão algo apropriado para ele roer afim de redireccionar a sua vontade de fincar o dente para algo que ele possa mastigar à vontade.
O que é que castigo negativo não é: o cão está a roer um sapato, tira-se-lhe o sapato e dá-se-lhe com ele.
"Então e isso tudo junto treina cães?" - perguntam, voluntariosamente, vocês mais uma vez.
Sim! Treina cães, treina gatos, treina ratazanas, treina cavalos, treina golfinhos, treina girafas, treina hipopótamos...Básicamente se um ser é capaz de aprender por condicionamento operante, pode ser treinado positivamente.
"Ui, qué isso de acondicionamento operante?" - interjeitam os meus adoráveis leitores ( mesmo que à força) novamente.
Querem a explicação comprida ou a curta?
Dou-vos a comprida e no fim faço um "too long, didn't read".
O papá do condicionamento operante foi um senhor chamado Burrhus Frederic Skinner. Apesar do nome, ele de "burros" tinha pouco e após várias experiências (ai o que ele gostava de ratos e pombos) definiu o procedimento através do qual é modelada uma resposta no animal através de reforço diferencial e aproximações sucessivas como sendo condicionamento operante.
Vamos lá a mais uma tentativa: condicionamento operante é o nome dado ao processo de aprendizagem que aumenta ou diminui a probabilidade de um comportamento mediante as suas consequências. Se a consequência for boa, aumenta a probabilidade, se for punitiva, além de diminuir a probabilidade da ocorrência futura, gera outros efeitos colaterais.
"Ói, mas eu ouvi falar de um Pavlov na escola, é o mesmo tipo?" - insistem vocês uma vez mais.
Não. Esse é outro. O Pavlov e o seu cão baboso vêm à baila quando se fala em Condicionamento Clássico.
Antes que perguntem, eu clarifico já: o conceito de Comportamento Operante difere do conceito de Comportamento Clássico, estudado por Pavlov, porque o primeiro ocorre em um determinado contexto, chamado estímulo discriminativo, e gera um estímulo que afecta a probabilidade dele ocorrer novamente; o segundo é directamente afectado por algum estímulo e é uma reacção fisiológica do organismo, como por exemplo tirar a mão da panela quente, fechar os olhos se nos sopram com força para a "menina do olho".
Vamos tentar mais uma vez com este também? No condicionamento clássico um estimulo neutro passa a ser associado a um estimulo com significado quando apresentado imediatamente antes: campaínha, pimba, comida. Assim o estimulo que era neutro passa a ter significado e o cão baba-se todo quando ouve o trrrriiimmm. A diferença é que o cao não teve de fazer nada para obter a comida, não teve de operar sobre o ambiente e o seu comportamento intencional, como foi inexistente, não teve consequência e portanto não aumentou nem diminuiu a sua probabilidade nenhuma de nenhum comportamento intencional do cão.
Vamos ao "too long, didn't read"?
Condicionamento operante é o que acontece quando o cão senta mais vezes porque lhe damos um biscoito quando ele mete o rabo no chão e se deita menos vezes porque esse comportamento não dá direito a biscoito nem a nada que ele valorize.
Ora... porque é que raio é que eu escrevi isto tudo?
Ah sim, era só para dizer que quando for grande quero ser uma treinadora positiva. Isso.
E, em honra à minha professora Sara, vou partilhar também esta pérola:
domingo, 2 de março de 2014
A receita perfeita para o desastre à refeição
Ingredientes:
- 1 criança (poderão ser adicionadas mais)
- 1 Prato de sopa - de preferência com tudo bem triturado, um
sabor asqueroso e aspeto de algo que podia ter sido vomitado pela menina do
exorcista
- 1 prato de comida que dava para um adulto e ainda sobrava
- Sumo qb. (de preferência ice tea)
Começar por avisar a criança que enquanto não comer tudo não
sai da mesa.
Deverá iniciar a refeição com a sopa previamente preparada,
de preferência já há algum tempo de modo a estar pastosa e granulosa. Deverá
ignorar completamente a temperatura, sopas mornas ou até mesmo frias têm-se
demonstrado ideais para uma maximização dos resultados.
Numa primeira fase tente que a criança coma a sopa sozinha,
mas não espere muito tempo, se ela não estiver a comer à velocidade que
pretende pegue na colher e enfie-lhe o líquido viscoso goela a dentro. Caso a
criança se recuse a abrir a boca, poderá sempre obrigar a abertura da cavidade
bocal empurrando a colher com força enquanto grita dizendo coisas do género: “és
sempre a mesma coisa… nunca comes nada… daqui a um bocado levas uma bofetada…
se não comes vou chamar a tua mãe/pai…”.
Depois da sopa passe para o prato principal, não se esqueça
de colocar o sumo na mesa, de preferência em local bem visível. O prato deverá
ser exatamente igual ao dos adultos porque as crianças apesar de terem um peso várias
vezes menor que um adulto têm obviamente de comer a mesma quantidade de comida.
Não permita a menina/o beber o sumo logo no início da
refeição, diga-lhe que só pode beber o sumo no fim da refeição, um dos objetivos
é que o sumo seja associado a um prémio por ter comido tudo, a mensagem que
quer passar é que comer é uma coisa má e o sumo é uma coisa mesmo muito boa.
Deverá passar várias vezes a mensagem de que não se pode deixar
nada no prato, fazendo com que a criança se sinta obrigada o resto da vida a
ignorar o sinal de que já não tem fome, assim irá certamente aumentar as possibilidades
de obesidade e alterações do comportamento alimentar.
Caso não consiga que a criança como tudo o que está no prato
diga-lhe para comer só a carne, porque toda a gente está farta de saber que a
carne é o mais importante na alimentação e que os vegetais, as leguminosas e os
principais fornecedores de hidratos de carbono (massa, arroz, batatas, pão…)
poderão ser sempre que possível substituídos por ela.
Utilize sempre sumos com muito açúcar, ice tea é no entanto
a melhor escolha, para alem de açúcar com fartura ainda tem taninos que podem
inibir a absorção, de pelos menos parte, do ferro das refeições com que são
consumidos, desta forma consegue aumentar a possibilidade de anemia. Cada vez
há mais crianças com anemia por isso está na moda, é fixe. Nunca dar água
porque pobrezinha da criança, na maior parte das vezes, até é magrinha e depois
ainda desaparecia. E quer-se dizer não comprar sumos lá para casa está fora de
questão porque é impensável os adultos beberem água, ainda morrem com uma
cirrose de água ou coisa parecida.
Sempre que possível compare a criança com outra mais velha
que coma mais rápido e se porte melhor à mesa, porque as refeições devem ser um
momento de stress e frases como “…vês o não sei quantos comeu tudo, se fosses
como ele é que eras lindo…” irão diminuir a sensação de autoeficácia
assegurando que o problema se vai voltar a repetir, dando-lhe todos os dias um
novo desafio.
Esta é uma receita tradicional do nosso país e tal como no
caso das touradas era tão bom se conseguíssemos acabar de vez com tradições estupidas.
Subscrever:
Mensagens (Atom)